27 de jul. de 2013

Capitulo IX - Alvorecer

A noite estava fria, as poucas pessoas que caminhavam pela rua tentavam ficar próximas umas das outras para conseguir se manter aquecidas.
- Hey Flávia, não se esqueça do nosso jantar amanha ok? - Dizia Diego ao sair do prédio junto de uma pequena, com belos cabelos negros e pele tão alva quanto o leite.
- Quando terminarmos esse caso poderemos sair, até lá nada de encontros Diego! 
O decote em seu peito, deixava grande parte dos seus seios rosados por causa do frio a mostra, mas Diego parecia estar mais interessado no olhar daquela bela mulher a sua frente, um olhar aconchegante, apaixonado e calmo ao mesmo tempo.
Eles se despediram a distancia e cada um tomou seu rumo até suas casas. Diego se apressou, pois seu ônibus já estava no ponto. Flávia ficou parada em frente ao seu carro até que o ônibus dele passasse.
Ao chegar em casa, apenas dúvidas cercavam a cabeça daquele investigador - mesmo jovem já surrado com alguns casos que ele havia trabalhado com seu mentor, João Gleuson, este era um mito na força policial e sobrou para Diego ser seu prodígio sucessor - o caso "Profeta Psicopata" carinhosamente apelidado pelo departamento não parecia ter solução, não havia nenhuma prova que pudesse indicar uma unica pista da identidade do assassino.
Nas paredes do quarto haviam diversas fotos de todos os incidentes ocorridos nos últimos 6 meses, nenhum suspeito, nenhum indicio de perfil para ás vitimas, não havia como prever quem seria o próximo alvo. 
Espaço de tempo, distancia entre cidades, não mantinham um padrão eram totalmente aleatórios, não se tratava de um psicopata comum, mas Diego tinha que pega-lo, era seu primeiro caso solo, não podia decepcionar seu mentor.
Ele abriu a geladeira e pegou uma cerveja bem gelada, abriu e tomou um grande gole da mesma. Olhou novamente as fotos, o vídeo e ficou horas ali tentando achar algo que não havia percebido antes. Após a quinta garrafa já estava ligeiramente alterado e mal conseguia ficar com os olhos abertos, na frente do computador...
- QUE DROGA É ESSA?
Ele saltou da cadeira e arregalou os olhos que se mantinham fixo na tela do computador. "Como eu não havia visto isso antes? Que droga, como sou burro, João teria visto isso de primeira!"
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O telefone de Flávia tocava ás 1:30 da madrugada, ela havia acabado de sair do seu banho quente, ainda de toalha ouviu o telefone tocar, sua voz doce ao telefone dava um contraste exótico junto a de Diego, já meio embriagado e falando alto.
-  Flávia, Flávia temos uma pista! Realmente temos uma pista agora! 
- Do que está falando meu querido? Não acha que bebeu demais?
- Não Flávia, não bebi, realmente agora temos por onde começar as investigações de verdade. É apenas uma questão de tempo até pegarmos esse Profeta Psicopata.
- E não podia esperar até amanha para me contar? - Ela começava a passar seu óleo para manter sua pele macia, acariciava delicadamente cada parte do seu corpo como se fosse única enquanto ainda falava ao telefone.
- Seria desperdício de tempo, temos que correr agora que temos uma pista. Estou enviando para seu correio eletrônico. Dê uma olhada nisso! - A voz dele já estava mais que eufórica nesse momento.
- Certo, certo, façamos o seguinte, irei olhar e lhe apresentarei minhas considerações amanha bem cedo, certo?
- Não sei se conseguirei dormir, mas tudo bem, você deve estar cansada.
- Sim, estou minhas costas estão me matando. E por favor pare de beber por hoje, certo?
- Tudo bem gata, até amanha, UHU!
O telefone quase deslizou para o gancho enquanto ela terminava de se acariciar com o óleo. Ao mesmo tempo abria sua caixa de correspondências com uma imagem. O ver aquilo na sua frente e com seus próprios olhos, instantaneamente caiu da cadeira e quase teve um orgasmo ao ver aquilo.
- Ele estava falando sério! Finalmente algo para começar de verdade esse maldito caso!

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7 dias atrás...

tic, tac, tic, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac, tac...
O relógio na parede parou, ficou congelado no tempo, mas para Deus isso nunca foi problema. O tempo é relativo;
Ele caminhou a passos lentos até seu alvo. 
"Ele é jovem, por que devo fazer isso com ele? Estou cansado do Pai falar para eu fazer esse tipo de coisa, será que tenho que fazer tudo isso para me redimir e descobrir a verdade sobre mim mesmo?"
- Papai? É você que está ai? Papai não quero brincar disso!
"Quem é aquele que comanda minhas ações por que não aparece de verdade para mim, por que fica apenas falando comigo? Não é dessa maneira que quero terminar minha vida"
- Papai, não faça isso. por favor eu irei melhorar na escola, serei um filho melhor. Mas por favor pare com isso.
"Não isso é realmente o certo a se fazer, tenho que me redimir pelos pecados que um dia mesmo sem saber ao certo fiz."
- PAPAI!!! - Foi o último grito, o último som antes do impacto.
tic, tac, tic, tac, tic, tac...
O silêncio no recinto era absoluto, passos eram ouvidos se distanciando. Uma criança muda ao fundo da sala, e um corpo afogado em sangue ao chão. Apenas 4 segundos foram suficientes para que uma vida fosse tirada naquela sala. Um buraco no peito, onde antes batia um coração destruído, possuído por uma loucura que não teria cura a não ser essa.
O som dos passos acabou, novos passos se iniciaram, mas eram leves, a criança caminhava sob o sangue que manchava o chão.
Ela tirou a venda que cobria seus olhos e viu seu padrasto com um olhar de redenção olhando diretamente para a cadeira a frente. 
Havia algo escrito em uma parede atrás da cadeira, em vermelho, mas a criança não tinha folego para gritar, nem consciência de desespero, estava calma e se dirigiu para sua casa procurando sua mãe...
"Ei fiz a coisa certa, mesmo tendo um lixo humano que um dia fui, estou me redimindo, é melhor me apressar, Ângelo logo estará em casa para conversarmos, preciso de mais respostas..."

"Somente os justos conseguiram alcançar o reino dos seus, aqui jaz um servo do senhor que caiu, mas foi reerguido no momento de sua morte, o arrependimento veio ao seu peito antes vazio, ELE cuidará para que seu pecado seja repreendido e salvo."





















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