13 de jul. de 2010

Capitulo II - O presbítero

O vento aquela noite tinha uma mensagem a aqueles que o pudessem o identificar. A morte estava no ar e ninguém poderia fazer nada para impedir o derramamento de sangue.
A missa das 18 horas foi adiada para as 19:30 coisa incomum, pois após 15 anos com o mesmo padre nunca acontecerá.
A movimentação na igreja na hora marcada para a missa estava como de costume, mas o padre estava atrasado, os coroinhas tentaram conter a multidão que esperava o padre, mas o mesmo não dava noticias.
Os coroinhas ministraram as ofertas e depois disso dispensaram todos para suas casas, pois o padre estava passando mal diziam eles.
A igreja de Nova Esperança rendia todo mês o dobro de toda sua região, algo inexplicável, é claro para alguns, mas alguém sabia a resposta do por que disso tudo.

- Ministro de Deus, Padre Euzébio Levir Bento Neto. Regente da Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia da cidade de Salbaré situada no estado de Goiás. Você será julgado pelo Deus supremo essa noite.
O padre tinha o campo de visão aberto para o homem que ali estava e mesmo assim decidiu não abrir sua boca para fazer nenhuma observação. O padre sentado em uma cadeira sem amarras nem nada que o segurasse ali, mas estava sob o efeito da maconha e tinha diversas alucinações e mal conseguia falar coisas com coisas.
- Eu detenho todo o poder da criação, Eu sou o Juiz, O acusador, O pai do réu em questão e serei seu advogado e seu carrasco. Pois eu sou Deus todo poderoso criador do céu e da terra, da luz e das trevas, tenho o direito da criação e da destruição de vós que pecais contra mim e contra seu próximo.
O padre Euzébio sorria como se tivesse esperança de estar certo sobre tudo o que fosse acusado, antes de ser padre ele era advogado e poderia se defender sobre quaisquer acusações.
- Eu não temo a fúria de Deus, pois sou seu servo fiel e nunca o desapontei, nunca pequei contra meu irmão e sempre fui fiel a lei divina. – O padre dizia rindo da cara de Deus.
- Se não temeis deverá se importar com as acusações e poderá explicar os fatos ocorridos e mostrar o verdadeiro culpado.
As luzes começaram a ficar vermelhas e a sala toda estava manchada com um vermelho sangue. A câmera estava no modo noturno para que todas as imagens fossem pegas sem que nada sumisse da visão, a câmera tinha visão clara sobre ambos os homens que ali estavam.
- Padre Euzébio Levir Bento Neto, é acusado de avareza e de vender para seus fiéis que o seguiam na santa igreja um lugar no céu. Caso seja equivoco meu, por favor, tome a palavra padre.
- Temo que o senhor esteja blefando meu Deus, a avareza é um dos sete pecados capitais e eu como padre e servo convicto do senhor não poderia me dar ao luxo de cometer tal pecado. O lugar no céu nunca eu sem sã idéia faria isso, estamos na idade contemporânea ninguém acreditaria em tal idiotice meu senhor. – O padre dizia com convicção nas suas argumentações.
- Se tens razão isso só será julgado no fim. Apresentarei frente à ti agora as provas de acusação. O dizimo da igreja católica apostólica romana normal é livre para cada fiel doar o quanto lhe for conveniente mesmo que alguns imponham um valor para isso o mesmo ainda é baixo e não é obrigatório a todos, na igreja em que tu ministras é obrigatório para todo homem ou mulher acima dos 15 anos já trabalhando e o valor exorbitante de um salário mínimo para todos os fieis sob a ofensa de se não pagar o patacão será encaminhado ao inferno quando abandonares a vida na terra.
O homem que estava sob o efeito da droga ainda ficou espantado com o conhecimento absurdo das praticas do mesmo e não sabia o que dizer, mas mesmo assim tinha que ter uma palavra se não seria condenado muito rapidamente sem argumentar.
- Não tem razão meu senhor. Isso que o senhor diz ser a verdade absoluta é apenas uma das facetas erradas e verdade seja dita não convém a igreja pregar isso aos seus fieis. Eu não tenho tais praticas, por favor, não me julgues mal tudo bem o que o senhor quer para não me reportar aos meus superiores no Vaticano?
Deus começa a andar pela sala e para por de trás de sua cabeça e com um gongo soa bem próximo do seu ouvido. O efeito da droga o faz ouvir com muita mais nitidez o som o que o faz gritar de dor. Quando ele se cala um tapa em um de seus ouvidos faz com que seu tímpano estoure.
- Sabe por que fiz isso com você? Por que primeiro descobri uma de suas mentiras e o puno com o primeiro dos véus da punição a dor primeira. Tenho uma confissão e agora quero outra sobre o pecado de avareza.
- Se eu confessar o crime terei a delação premiada?
- Podemos avaliar isso após a confissão. O que tens a dizer sobre sua avareza...
- Tudo bem eu confesso que eu mandava apenas um terço do que eu arrecadava ao vaticano e com esse dinheiro mantinha meus luxos que abandonei quando entrei para a igreja, comprei carro.. e escondi o restante para que eu gastasse apenas o que eu não conseguia ficar sem. Eu escondi de todos o dinheiro embaixo do meu colchão. – O padre já estava se entregando e chorando pelos crimes. – Me dê mais uma chance eu prometo usar esse dinheiro arrecadado para ajudar os pobres, mas não me entregue.
- O que foi dito aqui não sairá daqui Padre disso tenha certeza e já que o senhor confessou todos os crimes hediondos diante de Deus não tenho outra escolha a não ser do que considerar vós culpado.
- Eu aceito minha punição e me arrependo de tudo e espero a punição.
- Sua punição será a morte.
- Mas Deus meus crimes não são tão cruéis assim, mereço uma recuperação e não a morte reconsidere meu Deus.
Levava consigo Deus uma bolsa e mostrou a câmera que estava cheia de dinheiro colocou frente ao presbítero ali em frente e colocou no chão e começou a amarrar o padre ao chão com as mãos para trás e a barriga para cima sem roupas. Ele pegou um bisturi e começou a abrir a barriga do homem, encontrou seu estomago e o abriu também. O sangue estava a escorrer por todo o salão, o dinheiro que estava dentro da bolsa estava sendo colocado dentro do estomago do padre e assim que não cabia mais ele colocou de qualquer jeito dentro da barriga do mesmo até acabar todo o dinheiro que se encontrava na bolsa.
- O que tanto veneravas, agora leva consigo para seu tumulo tente barganhar com o diabo algumas acomodações melhores no inferno.
Ele começou a costurar a barriga do padre com uma linha metálica com um grande espaçamento para que o sangue continuasse a escorrer e ele morresse esgotado.
- Padre Euzébio Levir Bento Neto, Ministro de Deus pela Igreja Apostólica Romana, Eu Deus o declaro culpado por usurpar o dinheiro de seus fieis prometendo-lhes um lugar no céu onde não se pagas nada para entrar apenas um coração puro. E também pelo crime de Avareza contra a própria intuição a Santa Igreja. Seu castigo será pago com seu sangue manchando o dinheiro que era o que você mais amava e deixou o primeiro amor comigo em esquecimento.
O padre estava se afogando em seu próprio sangue já e não conseguia dizer mais nada, Então Deus pegou o sangue do mesmo e escreveu na parede do salão dos fundos da igreja com o dedo.
“ Declarado culpado pelo poder divino. Deus julgou esse lobo em pele de cordeiro que ao invés de servir a Deus servia ao dinheiro e seu defensor o diabo.”

“ Aqueles que esquecem do amor de Deus e se apegam aos bens materiais não são dignos da crença religiosa nem de exercer o mesmo sob a batina. Toda igreja é santa se tem como Deus seu único amor e confiança.”


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