1 de nov. de 2010

Capitulo VII - Repulsa

“Aquilo que se chama amor, mas é tolice acreditar que pode ser real. É a tolice do homem em acreditar que sentimentos foram feitos para se viver, mas na verdade foram feitos para nos fazer sofrer. Até mesmo a felicidade foi feita originalmente para isso.”
O gozo não demorava muito para vir, os olhares tornavam-se sem vida, esse era o momento do qual dos dois esperavam desde o começo. Mas por que não estava os satisfazendo bem no ápice do esperado?
Ele sentiu seu membro se enrijecendo pronto colocar para fora seu sêmen. Ela percebeu também, mas nada fez apenas esperou. Virou a cabeça em uma posição desconfortável, mas queria olhar em seus olhos pela ultima vez. A emoção de antes havia desaparecido do olhar dele. Não fazia sentido algo assim, há um minuto ele tinha os olhos apaixonados agora ele não tinha sentimento.
Sua respiração tornou-se ofegante, a boca estava entre aberta. Um grito saiu como um rugido até mesmo ele se assustou com aquilo. Foi o ultimo suspiro, ele gozou dentro dela.
Os olhos dela foram se fechando após o gozo e o sorriso naquele rosto desenhado exatamente para o pecado de tão linda. Aos poucos foi desaparecendo, o corpo transformava-se em fumaça e um vento a levava, o quarto também começava a desaparecer.
Depois de alguns minutos estava apenas a cama no lugar, não havia mais nada, estava tudo branco. Os olhos de antes sem emoção começavam a perturba-lo após o gozo o sentimento de repulsa de si mesmo tomou conta dele, virou-se e deitou na cama olhando para o céu que não via, o amor que não sentia, os momentos que nunca teve, pensou em sua mãe que não conhecia. Tudo naquele momento vinha a sua cabeça e deixava-o se sentindo um lixo de pessoa.
Não saia uma palavra de sua boca apenas os pensamentos que voavam sem rota de destino, assim sempre voltavam ao remetente. Seu pênis exposto ao vento inflexível, ainda molhado do gozo e da umidade da vagina onde se encontrava.
O branco começava a ficar cinza e a luz diminuía sua intensidade ali. Trevas.
Começava a mergulhar nas trevas da qual sempre corria e não sabia o motivo dela estar o absorvendo. Veronica... Veronica... quem era Veronica?
Der repente ele abriu os olhos e voltou a realidade ou saia dela. Ele não distinguia uma da outra pois tudo era tão real, ele se encontrará realmente com Veronica ou foi tudo apenas mais um devaneio.
Levantou-se da cama e foi ao banheiro se limpar, olhou a si no espelho e percebeu que não estava mais fazendo o que a providencia o tinha mandado. Deveria voltar ao julgamento.
Saia do lugar onde se encontrava sem que ninguém soubesse que estava ali, que esteve ou que soubessem que ele simplesmente existia.
Ninguém jamais via seu rosto, ele sempre se ocultava na escuridão. Deus deveria ser uma essência, não havia descobrirem seu rosto, pois tornaria isso um ídolo as pessoas.
Na rua misturava-se as outras pessoas que não o notavam ali, foi quando viu Leonel de novo, mesmo estando com seu óculos escuros e seu terno ninguém parecia o notar apenas ele.
Sem hesitar foi ao seu encontrou talvez ele tivesse respostas para seu dilema da noite passada. Quando estava perto Leonel o perguntou antes mesmo que ele pudesse acumular ar para falar.
- Como foi a noite passada, sente-se feliz?
- Então foi tudo real não é. Me diga por que não estou me sentindo como antes, sinto que estou um passo mais longe de meu pai o senhor da divina trindade?
- Ainda não posso dizer, são ordens supremas. Venha comigo quero lhe mostrar algo.
Não ouve mais palavras apenas passos em direção a nada. Eles caminharam por algumas horas sem se cansar quando chegaram no galpão Leonel retomou a palavra.
- Vê, aqui é simplesmente igual a todos os lugares deste mundo infame entende?
- Sim, é apenas um lugar comum o que isso tem a ver comigo ou com meu Pai?
- Você é como este lugar, comum como tudo neste mundo. Não passa de um zé ninguém que acha que fala com Deus, o mestre acha que isso está a afundar seus planos para esse mundo sua intromissão idiota.
- Do que você está falando, eu sou Deus.
- Não você não é, apenas pensa que é. Um desequilibrado seria um nome melhor.
- Você é que está desequilibrado dizendo tais blasfêmias.
- Eu? Coloque na sua cabeça, você não é Deus e é melhor para com isso. Você matou três pessoas. As autoridades do seu mundo não ficaram felizes com isso. Você acha que eles irão acreditar em suas historias de que é Deus? Então é melhor para com essa maluquice.
- Não... não... não...
Deus saia correndo por ouvir tais coisas, Leonel ficava ali apenas sorrindo, tirava um cigarro do bolso e o acendia e sorria pelo feito ali.
As luzes da rua estavam quase se acendendo, a noite logo chegaria, via-se pessoas cansadas nos bares por acabarem de chegar do trabalho, vagabundo vagando e esmolando, dizendo que não tem sorte na vida, mas os mesmo tem apenas preguiça de batalhar abandonam família e tudo por simples preguiça.
Outros rindo dentro de seus carros com prostitutas que acabaram de conhecer e as estão levando para um motel, o prazer proibido já tomou conta deles os mesmos viram viciados. Crentes que a luxuria daqueles corpos lindos os levaram ao sétimo céu se o orgasmo e o gozo é o mesmo.
Evangélicos batendo de porta em porta, tentando salvar a alma dos outros, por não conseguirem salvar a própria. Sempre com os mesmos grilhões e as mesmas crenças que há centenas de anos deixaram de ostentar a sociedade.
Vários cães corruptos censurando o dinheiro que deveria pertencer aos pobres, vendo a fome e a pobreza e simplesmente dizem “estou de mãos atadas!” o dinheiro já os subiu a cabeça.
A luta continua da vida, o coração na mãos das pessoas entregando-se para Deus como única solução e Deus ali correndo entre a sociedade, vendo os defeitos deles sem poder fazer nada.
Ele parou por um instante de sua incessante corrida tentando esquecer o que Leonel o havia dito, mas ele viu que devia lutar contra ele e não fugir.
Notou que as pessoas começaram a nota-lo ali no centro da rua onde ele estava. “Agora eles sabem que eu sou Deus” imaginava ele, mas na verdade um caminhão vinha em sua direção, ele mais interessado em olhar as pessoas esqueceu-se disto e abriu os braços para elas.
- Seu maluco achando que é Jesus saia do meio da rua. Suicida idiota.
Ele se deu conta da vinda do caminhão e não se moveu, sabia que a providencia não deixaria que ele morresse ali. O caminhão não diminuía a visão do motorista não permitia vê-lo bem em frente a si, então não diminuiu.
A luz era muito forte, Deus sentia medo, mas confiava na providencia e ela não o deixaria que nada de mal o acontecesse. As pernas tremeram e mesmo que ele quisesse correr não conseguiria, ele entrou em choque.
Um homem viu seu estado de choque e foi para ajuda-lo. Saltou sem pensar e empurrou Deus para fora da rua, mas o mesmo não conseguira sair da frente do caminhão a tempo.
O homem foi arremessado para uma coluna de concreto, o motorista do caminhão não sentiu o impacto e continuou seu percurso.
Deus foi para perto do homem para ver se poderia fazer algo, mas a multidão o impedira de chegar a tempo para fazer algo. Quando conseguiu chegar perto o homem já estava mas ultimas ouvia-se pouco o coração, a respiração era quase inexistente o ultimo suspiro foi apenas uma palavra.
- Maldito.
Ele se sentiu muito mal com aquilo, a consciência pesou, ele esperava palavras de compreensão, sabia que a morte do rapaz era iminente, mas “maldito”. Por que ele fizera aquilo se ele ia se arrepender depois.
O choque foi muito grande, ele fugiu para o apartamento antes que alguém o visse ali e tentasse o matar por aquilo. Era o melhor para se fazer neste momento.

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